China, globalização e imperialismo
crítica ao conceito de capitalismo de vigilância
Palavras-chave:
China, Sul Global, Capitalismo de Vigilância, Economia Política Digital, MarxismoResumo
Este artigo objetiva a crítica sistemática e teórica ao conceito de “capitalismo de vigilância” da estadunidense Shoshana Zuboff a partir do caso chinês. Na medida em que se busca um salto qualitativo do conceito através da sua contextualização e leitura marxista, também se avalia o Sul Global empiricamente diante da incorporação de conceitos-chave como globalização e imperialismo à sua teoria. Conclui-se que, apesar de contribuições elaboradas no balizamento do fenômeno na esfera Ocidental, a sua abordagem frente à China é inadequada e problemática, assim como empírica e teoricamente incoerentes na relação com a sua própria obra. Frente à produção marxista, o capitalismo de vigilância se mostra um desenlace do capitalismo, proveniente da ascensão do modelo de negócios plataformizado, inseparável do fenômeno da globalização, não se tratando de uma nova etapa sistêmica em si do capitalismo. Em análise do Sul Global, aliado à retomada do conceito marxista de imperialismo, denota-se como, em realidade, o monopólio e extração de dados se dá por parte do centro do capitalismo com os seus oligopólios plataformizados para a extração de dados conquanto a China não poderia estar na dianteira do “capitalismo de vigilância” por não deter as características em questão e deter pouca presença na plataformização na economia digital do Sul Global.







