Sobre o conceito de trabalho

uma leitura nos Grundrisse, de Marx

Autores/as

  • Marcos Dantas Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Luana Bonone Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Monique Figueira Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Rodrigo Guedes Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Tiago de Oliveira Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2020.159.002

Palabras clave:

Trabalho, General intellect, Renda informacional, marxismo, Trabalho semiótico

Resumen

Marx antecipava nos Grundrisse a transformação da ciência e tecnologia em forças produtivas diretas no capitalismo. Esse processo levaria à predominância do trabalho intelectual sobre o manual, substituído pelas máquinas. O capital, então, haveria de ser superado por alguma formação apoiada no intelecto geral da sociedade. Por isso, debate-se se a lei do valor, baseada no tempo de trabalho, teria sido superada ou se seria necessário redefinir a categoria trabalho. Este artigo pretende apontar lacunas nesse debate, articulando a concepção dialética da história em Marx com os conceitos científicos da teoria da informação. Ao relacionar trabalho à informação como neguentropia, entendemos o capital como um sistema biossocial sempre em expansão e dependente do conhecimento detido pelo trabalhador. Assim, concluímos que o capital evoluiu a ponto de se apropriar do intelecto geral. Como o capital, na sua evolução, reduziu ao mínimo o tempo de trabalho fabril imediato, subalterno ao trabalho científico, para seguir acumulando precisou desenvolver um sistema rentista apoiado na propriedade intelectual e na financeirização. A lei do valor segue comandando as relações de trabalho, agora sob novas formas de apropriação de trabalho gratuito, precarização e fragmentação espaço-temporal, com superexploração do trabalho de baixo valor informacional nas periferias do sistema.

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Biografía del autor/a

Marcos Dantas, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Professor titular da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), doutor em Engenharia da Produção (Coppe-UFRJ), professor e pesquisador dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura (PPGCOM/ECO) e em Ciência da Informação (PPGCI/Ibict-ECO) da UFRJ. Membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.BR) e do Conselho de Administração do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.BR). Diretor-executivo do Centro Internacional Celso Furtado para Estudos do Desenvolvimento, sócio da Ulepicc, da Ancib e da Intercom. Integrante do grupo de pesquisa Política e Economia da Informação e Comunicação (Peic) e líder do Grupo Marxiano de Pesquisa em Informação, Comunicação e Cultura (Comarx). Autor de A lógica do capital-informação (Contraponto, 2002) e Trabalho com informação (CFCH-UFRJ, 2012).

Luana Bonone, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

* Doutoranda em Comunicação e Cultura pela UFRJ, e mestra em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Bacharela em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, e especialista em Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Jornalista e ativista pela democratização da mídia, filiada à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC), estuda o estabelecimento de cotas de programação nacional na TV por assinatura no Brasil. Integrante do Peic e do Comarx. E-mail: luanabonone@gmail.com

Monique Figueira, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutoranda e mestra em Ciência da Informação pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), em parceria com a UFRJ. Bacharela em Comunicação Social, produtora audiovisual e ativista pela democratização da mídia, estuda as lacunas no regime de informação brasileiro sobre população e território. Integrante dos grupos de pesquisa Peic, Perspectivas Filosóficas em Informação (Perfil-i) e Comarx. E-mail: niquefig@gmail.com

Rodrigo Guedes, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutorando em Ciência da Informação pelo Ibict, em parceria com a UFRJ. Bacharel e licenciado em Ciências Sociais, e mestre em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (PPED) no Instituto de Economia, pela UFRJ. Tem experiência na área de sociologia do conhecimento, estuda a economia política das plataformas. Integrante do Peic e do Comarx. E-mail: rodduarte@yahoo.com.br

Tiago de Oliveira, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Mestrando em Ciência da Informação pelo Ibict, em parceria com a UFRJ. Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Produção Editorial, pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Integra o Comarx. E-mail: tiago@tiagotadeu.com

Publicado

2020-08-24

Cómo citar

Dantas, M. ., Bonone, L., Figueira, M. ., Guedes, R. ., & de Oliveira, T. . (2020). Sobre o conceito de trabalho: uma leitura nos Grundrisse, de Marx. Princípios, 39(159), 42–57. https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2020.159.002