Chamada de artigos revista Princípios – edição nº 163

2021-06-21

 

DOSSIÊ: MODERNISMO E REVOLUÇÃO NOS ANOS 1920

A revista Princípios (ISSN:1415-7888; E-ISSN: 2675-6609), periódico científico de teoria, política e cultura, classificada pela Capes como A4 no Qualis Referência (2017-2020), torna pública a chamada de artigos e ensaios para o dossiê temático Modernismo e revolução nos anos 1920, organizado pelo professor João Quartim de Moraes (Unicamp), com publicação prevista para novembro de 2021.

 Três iniciativas fizeram de 1922 um ano carregado de futuro: a Semana de Arte Moderna, de 11 a 18 de fevereiro, a fundação do Partido Comunista do Brasil, em 25 de março, e o Levante do Forte de Copacabana, em 5 de julho. Independentes umas das outras, essas iniciativas tinham em comum o projeto de romper com o passado.  Revolução cultural nas artes, revolução social na base econômica, revolução democrática nas instituições políticas. Não há de ser mera coincidência o fato de elas terem sido impulsionadas quando se comemorava o primeiro centenário da Independência do Brasil. Como se dissessem: comemoremos a independência, mas com olhos abertos, espírito crítico e audácia inovadora.

 Embora não tenham atingido momentos culminantes em 1922, outros processos de inovação e emancipação estavam em curso ao longo daquela década. Duas obras coletivas, A invenção do Brasil Moderno: medicina, educação e engenharia nos anos 20 (Editora Rocco, 1994) e A década de 1920 e as origens do Brasil moderno (Editora da Unesp, 1997) oferecem uma visão ampla desses processos, genericamente designados pela palavra “moderno” e derivadas (modernismo, modernidade, modernização etc.).

Não apenas na linguagem corrente, mas também em contextos literários e sociológicos, o núcleo semântico desses termos é a ideia de plena contemporaneidade com a evolução social e cultural, portanto de ultrapassagem do atraso. Daí nossa questão central: que significaram nos anos 1920 as lutas pela modernização do Brasil e quais foram suas principais consequências históricas?

Pretendemos reunir no dossiê aqui proposto contribuições originais, objetivas e críticas, ligadas a diversas áreas do saber, sobre as diferentes dimensões dessa questão central, notadamente:

1 – Interações dos movimentos de contestação cultural e política na crise da Velha República. Alguns tópicos importantes: a fundação do Partido Comunista; a Semana de Arte Moderna; a difícil aproximação entre o tenentismo e o comunismo; a Coluna Prestes; a luta das mulheres por direitos políticos (exemplos de Bertha Lutz e de Maria Lacerda de Moura).

2 – Pensamento social brasileiro na década de 1920. As interpretações sobre o Brasil feitas pelos modernistas: Mario de Andrade, Oswald de Andrade e outros; as ideias nacionalistas na modernização artística e cultural; as ideologias críticas: positivistas, anarquistas e marxistas; os herdeiros de Alberto Torres versus os herdeiros de Rui Barbosa como intérpretes do Brasil; o pensamento de Oliveira Vianna e de Manoel Bomfim.

3 – Contradições econômicas. Fazendeiros, comerciantes, banqueiros e intervenção do Estado na política de valorização do café; a siderurgia, Arthur Bernardes e a Itabira Iron.  

4 – Bases sociais e plataformas das lutas políticas na crise prolongada da República Velha. Atitudes perante a situação semicolonial da economia brasileira; a cisão das oligarquias estaduais e a dinâmica dos movimentos revolucionários.

5 – Cidades e urbanização. O crescimento e desenvolvimento das cidades; a construção de uma nova cultura política baseada na urbanização; os teatros, cafés, bibliotecas e museus; o samba e o nascimento das escolas de samba; a imprensa dos anos 1920; as passeatas, comícios e protestos na cena citadina; os trabalhadores e trabalhadoras e as cidades.

6 – Linhas de continuidade e ruptura entre as décadas de 1920 e 1930. O debate sobre as condições para a Revolução de Outubro 1930.

Os temas propostos não são exaustivos. Outras questões, pautas e abordagens pertinentes ao tema do dossiê podem ser propostas e acatadas. 

A revista também aceitará contribuições de relatos de pesquisas, ensaios e resenhas com temáticas diversas, a fim de compor as demais seções da publicação, não diretamente relacionadas à temática do dossiê.

As contribuições devem consistir em textos originais e inéditos escritos em português ou traduzidos para esse idioma com autorização de seus autores e que estejam em conformidade com as normas da revista (disponíveis em anexo).

As contribuições deverão ser submetidas no endereço eletrônico https://revistaprincipios.emnuvens.com.br/principios/about/submissions até o dia 10 de outubro de 2021.

São Paulo, 21 de junho de 2021.

Comitê Editorial da revista Princípios