As relações diplomáticas e econômicas entre o Brasil e a China (2002-2023)
continuidades, rupturas e desafios para o governo Lula 3
Resumo
Este artigo analisa as relações diplomáticas e econômicas entre o Brasil e a China entre os anos de 2002 e 2023, com destaque para os governos Lula 1 e 2, Bolsonaro (2019-2022) e Lula 3 (2023 em diante). Durante esses períodos, houve contrastes nas relações sino-brasileiras, passando de parceiros estratégicos a tensionamentos ideológicos e, posteriormente, retomando um caráter preferencial em 2023. No governo Bolsonaro, houve críticas específicas à China e uma tendência a se alinhar aos Estados Unidos. Com a eleição de Lula em 2022, espera-se uma postura mais pragmática focada em interesses econômicos e cooperação Sul-Sul. Essa mudança de liderança provavelmente resultará em uma transição da retórica ideológica para uma abordagem mais pragmática. O artigo também explora como essas relações diplomáticas afetaram as relações comerciais e de investimento entre os dois países, indicando que houve uma dinâmica quase autônoma, mas nos últimos anos ocorreram impactos negativos nos investimentos chineses no Brasil. Além disso, destaca-se a necessidade de diversificar as exportações e reduzir os riscos de dependência do setor primário e desindustrialização para a economia brasileira.