Roland Corbisier
Nacional-desenvolvimentismo e hegeliano-marxismo no Iseb
DOI:
https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2021.162.004Palavras-chave:
Roland Corbisier, Nacional-desenvolvimentismo, Filosofia nacional, Marxismo, HegelianismoResumo
O artigo resgata a trajetória política e as formulações teóricas do filósofo Roland Corbisier (1914-2005) desde sua iniciação no integralismo em São Paulo, passando por seus estudos do existencialismo filosófico, até sua adesão ao Grupo de Itatiaia, que mais tarde viria dar origem ao Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb, 1955-1964). Como diretor-executivo do instituto, destaque especial é dado ao percurso filosófico que conduziu seu pensar, do nacional-desenvolvimentismo como oposição ao “estatuto colonial”, transitando pelas formulações acerca de uma filosofia nacional e alcançando a filosofia da práxis, o marxismo, como principal vetor da luta anticolonialista e da independência nacional. As contradições desse período levaram ao golpe de 1964, que fechou o Iseb, eliminou as “reformas de base” e cassou seu mandato de deputado federal. No transcurso dos anos 1970 e 1980 fez contribuições singulares ao pensamento dialético, especificamente no desenvolvimento das conjunções lógicas entre o hegelianismo e o marxismo, assim como polemizou com intelectuais acadêmicos sobre o nacionalismo. Concluímos nossa exposição com a adesão de Corbisier ao PCdoB nos anos 1990, como síntese das suas convicções políticas no socialismo, no desenvolvi-
mento do país e na cultura nacional-popular. Sua biografia intelectual e práxis política constituem sinopse paradigmática das transições ocorridas no Brasil e no mundo durante o século XX.