Nova pandemia, antiga tragédia
um olhar para a exploração dos entregadores uberizados
DOI:
https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2021.162.014Palavras-chave:
Trabalho, Entregadores de empresas-plataforma, Flexibilização, Capital pandêmico, ExploraçãoResumo
O trabalho é categoria central, por ele se dá a relação metabólica entre o homem e a natureza e funda-se o ser social. Essa condição primária encontra-se decomposta pela exploração da força de trabalho sob o comando do capital e seu metabolismo antissocial, que perpetuam o refinamento dos padrões de produção e dos instrumentos de acumulação pela reestruturação produtiva do capital. Processo convergente às revoluções tecnológicas, e que se encontra incorporado à pandemia de covid-19. Este texto volta-se ao esforço ensaístico de situar o trabalho de entregadores de empresas-plataforma digitais sob a lupa investigativa do metabolismo antissocial do “capital pandêmico”. Emergem, com isso, reflexões e impressões que apontam: a pandemia é emblemática, retira o véu da condição devastadora à qual a classe trabalhadora tem sido compelida. Os trabalhadores de serviços são obrigados a se submeter a mecanismos de exploração quase ilimitada durante o capitalismo informacional-digital, abrindo-se precedentes ameaçadores e, por outro lado, instigadores de lutas e rebeldia.