Superendividamento e crise econômica do novo coronavírus
impactos nas mulheres do litoral do Paraná
DOI:
https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2020.160.009Palavras-chave:
Dívidas, Consumo, Consumismo, Coronavírus, Gastos excessivosResumo
Visando subsidiar uma melhor compreensão do cenário atual, apresenta-se resultado de estudo que visou investigar quais os impactos nas mulheres no litoral paranaense durante o período da quarentena gerada pela pandemia. Para tal, foi realizada pesquisa exploratória descritiva entre maio e julho de 2020, junto a 221 mulheres. A pandemia provocou múltiplas e variadas alterações no contexto da vida das mulheres, tendo sido relatado pelas entrevistadas reflexos originários da pandemia nas questões psicológicas, como elevado grau de ansiedade, medo, estresse e insônia desencadeados pelas consequências do distanciamento social e sobre a incerteza quanto ao futuro. Destaca-se, também, que os problemas psicológicos podem ter gerado um maior consumo, o que pode ter contribuído para o endividamento. O estudo revelou que 38,9% das respondentes informaram que eram a principal responsável pela renda familiar, percentual similar ao das entrevistadas que se declararam estar endividadas, 39,1%. O estado civil da mulher é um fator de influência no endividamento, dado que as mulheres divorciadas apresentam a maior média de endividamento. A escolaridade apresenta moderada relação com o endividamento, tendo sido observado que à medida que a mulher avança na escolaridade, menor é o percentual de comprometimento da renda familiar em relação ao endividamento. O estudo também revelou que apenas 19,5% possuíam algum tipo de controle formal para controle das dívidas. Assim, finalmente conclui-se que a organização de um planejamento econômico simplificado com uso de ferramentas simplificadas como o controle contábil de custos pode ser alternativa para reduzir os níveis de endividamento entre as mulheres entrevistadas.