O novo normal da covid-19

- Quando o emergencial se transforma em política educacional

Autores

  • Juliana Argollo Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Nívea Vieira Universidade do Estado do Rio de Janeiro -Uerj

DOI:

https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2020.160.011

Palavras-chave:

Pandemia, Mercantilização, Política educacional

Resumo

Este artigo analisa os impactos da pandemia da covid-19 sobre a escola pública brasileira. Partimos do entendimento de que essa tragédia humanitária está inserida no quadro de crise orgânica do capitalismo que vem destruindo paulatinamente as políticas sociais, deteriorando as condições de vida da classe trabalhadora e devastando o mundo natural. O objetivo deste estudo é analisar como o poder público tem se posicionado diante do fechamento, necessário, das escolas, e como a estratégia do ensino remoto se transformou em senso comum e foi incorporada por agências do Estado e organizações da sociedade civil. Foram utilizados como fontes de referência neste artigo os pareceres e as notas emitidas pelos organismos internacionais — Grupo Banco Mundial, OCDE, Unicef e Unesco —, além dos estudos do Movimento Todos pela Educação e do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb) sobre a situação das escolas durante a pandemia. O arcabouço teórico metodológico desenvolvido pelo marxista italiano Antonio Gramsci ajudou a problematizar a atuação de frações empresariais no âmbito da formulação do “ensino remoto” enquanto estratégia de manutenção das aulas durante o isolamento social e na defesa de um plano de retorno às aulas, ainda que a vacina não tenha sido criada. Concluiu-se que tanto o projeto de ensino remoto quanto o plano de retorno às aulas compõem um conjunto de estratégias promovidas pelas frações dominantes que visam recompor-se da crise orgânica do capitalismo e ao mesmo tempo aprofundar a ofensiva do capital sobre a educação pública no país.

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Biografia do Autor

Juliana Argollo Silva, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professora efetiva de História da rede municipal de ensino de Saquarema (RJ).

 

Nívea Vieira, Universidade do Estado do Rio de Janeiro -Uerj

* Doutora em História e em Educação e professora adjunta da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Febf-Uerj).

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Publicado

2021-01-16

Como Citar

Argollo Silva, J., & Vieira, N. . (2021). O novo normal da covid-19: - Quando o emergencial se transforma em política educacional . Princípios, 40(160), 246–272. https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2020.160.011