Um Mundo Policêntrico Só Será Possível pela Intervenção da “Sexta Grande Potência”
Palavras-chave:
policentrismo, multipolaridade, transição sistêmica, desconexão, reservas de trabalhoResumo
A intervenção das forças populares – o que Marx chamou de “sexta” grande potência entre as cinco “grandes potências” europeias do seu tempo – continua a ser fundamental para a atual transição sistêmica. Este artigo procura esclarecer o caráter e a evolução da contradição entre o imperialismo e o povo trabalhador do Terceiro Mundo. A partir da noção de “policentrismo” de Samir Amin, argumenta-se que a transição atual, marcada pelo declínio prolongado do sistema capitalista, ainda pressupõe a “desconexão” da lei mundial do valor e da busca de caminhos de desenvolvimento soberano numa base popular. Tal transição só pode ser concretizada pela intervenção dos trabalhadores e camponeses nas periferias do sistema. Elementos-chave da atual rivalidade sistémica são discutidos para iluminar os desafios, com especial enfoque na expansão das reservas de trabalho e no caráter das formações sociais periféricas hoje.