O Brasil míope

As Jornadas de Junho e a crise da racionalidade

Palavras-chave: Jornadas de Junho, Racionalidade, Crise política, Democracia.

Resumo

As Jornadas de Junho, lideradas inicialmente pelo Movimento Passe Livre (MPL), evoluíram de um manifesto de tons locais para uma das maiores mobili- zações da história da democracia brasileira, como evidenciado pela forte cober- tura midiática em níveis transnacionais. As interpretações acerca dessa mobili- zação não são consensuais e se bipartem: alguns creditam a 2013 o surgimento de uma consciência político-institucional mais incisiva, outros pensam que o movimento não foi propositivo e fez aparecer, no tecido social, ondas de auto- ritarismo e ultraconservadorismo até então invisíveis. Certo é que os eventos alteraram profundamente a configuração social e política, algo que não se via desde o levante que marcou a interrupção do mandato de Fernando Collor. Nes- sa linha de análise, este artigo pretende, a partir de uma perspectiva materialista histórica, argumentar sobre o quanto as ocorrências daquele mês foram guiadas por um sentimento de irracionalidade, que se filia à lógica neoliberal hoje hegemônica. Parte do argumento elenca as repercussões das ondas de protesto ao longo do tempo.

 

Biografia do Autor

Leonardo Lani de Abreu, Universidade Federal do Acre (Afac)

Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Direito pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), mestre em Geografia pela UFMS e doutor em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Superintendente regional do Trabalho no Acre e professor adjunto no curso de Direito da Universidade Federal do Acre (Ufac). E-mail: leonardo.abreu@ufac.br

Marcos Vinicius Silva de Araújo

Graduando em Direito pela Ufac e voluntário do projeto de extensão “Observatório do Trabalho no Acre”. E-mail: araujo.marcos@sou.ufac.br

Publicado
2023-08-28
Como Citar
Lani de Abreu, L., & Araújo, M. V. S. de. (2023). O Brasil míope: As Jornadas de Junho e a crise da racionalidade. Princípios, 42(167), 39 - 57. https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2023.167.003