O campesinato brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2023.166.005Palavras-chave:
Campesinato, Movimentos Sociais, Reforma AgráriaResumo
Este artigo tem como objetivo principal apresentar ao leitor um debate sobre o campesinato, com ênfase no caso brasileiro, compreendendo seu contexto histórico e suas interfaces na atual conjuntura. Utilizamos como referência autores da sociologia rural, da geografia agrária, da antropologia e da agroecologia. Sem a pretensão de esgotar as possibilidades de exploração do tema, pretendemos com este artigo demonstrar a importância do campesinato para pensar uma sociedade mais justa, igualitária e sustentável, em especial no caso brasileiro, em que o conceito de camponês é historicamente atacado e esvaziado. Valemo-nos da ideia de referenciais camponeses para demonstrar que o campesinato não representa a “encarnação de um tipo ideal”, mas sim uma categoria social sujeita às dinâmicas econômicas, políticas e ambientais, e, portanto, em constante movimento. A pesquisa realizada é essencialmente baseada em abordagem qualitativa e de cunho bibliográfico, não obstante o acúmulo dos autores em experiências de pesquisa e de trabalhos relacionados ao tema. Os resultados alcançados mostram que, apesar das adversidades encontradas, o campesinato brasileiro, em articulação com os povos indígenas, carrega as bandeiras da reforma agrária, da defesa dos territórios e da agroecologia e, portanto, deve ser reconhecido como protagonista da necessária transição global.