Dependência cultural e desenvolvimento

  • Rubens R. Sawaya Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
Palavras-chave: Dependência, Desenvolvimento, Países periféricos, Cultura, Estratégia de desenvolvimento

Resumo

O artigo analisa a forma mais profunda de dependência: a dependência cultural. A cultura de uma sociedade é constituída historicamente a partir das relações sociais concretas. Aparece como valores, crenças, condutas sociais, a ideologia que organiza as próprias relações sociais. A dependência cultural é a importação de valores alheios à sociedade e se materializa como dependência acadêmica, científica e tecnológica, contrapondo o que seria o “atraso” periférico ao “moderno”, civilizado, dos países centrais. Assim, impõe critérios e valores estranhos às sociedades periféricas que as impedem de criar estratégias de desenvolvimento a partir de suas próprias características. Buscamos demonstrar que as estratégias de desenvolvimento só podem ser construídas a partir das relações sociais concretas que caracterizam uma determinada sociedade, a partir de sua realidade cultural concreta. Assim, o pensamento científico e acadêmico também não pode estar desvinculado da realidade concreta da periferia.

Biografia do Autor

Rubens R. Sawaya, Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

Doutor em Ciência Política, professor e vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Economia Política do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Diretor da International Initiave for Promoting Political Economy (IIPPE) e coordenador do World Economy Working Group, na mesma instituição. Ex-presidente da Associação Nacional de Cursos de Graduação em Economia (Ange) e ex-vice-presidente da Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP). Autor de Subordinated development: transnational capital in the process of accumulation of Latin America and Brazil (Brill, 2018).

 

Publicado
2022-10-29
Como Citar
Sawaya, R. R. (2022). Dependência cultural e desenvolvimento. Princípios, 41(165), 166 - 178. https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2022.165.009