Ignacio Rangel e Ruy Mauro Marini sobre o Departamento I de Bens de Capital

Palavras-chave: Ruy Mauro Marini, Rotações do Capital, Desenvolvimento, Ignacio Rangel

Resumo

O presente artigo procura comparar os corpos teóricos de Ignácio Rangel e Ruy Mauro Marini no que tange à cisão da economia nacional nos departamentos I e II proposta no livro 2 de O Capital, de Marx, conforme seus esquemas de descrição da rotação do capital. Demonstra-se que, apesar da concordância de ambos os autores a respeito do quadro crônico de subconsumo popular, a diferença fundamental entre eles reside em que Marini e os “dependentistas” atribuem centralidade ao comércio internacional, tanto para a realização do valor do produto como para a aquisição dos bens de capital, enquanto para Rangel a questão central é a sustentação da demanda agregada por meio da operacionalização da dialética da capacidade ociosa. Para tanto, os dois corpos teóricos são comparados, à luz das contribuições teóricas em Marx e Lênin, procurando-se ressaltar a centralidade da assimetria na relação entre os dois departamentos para o desenvolvimento capitalista. Por fim, conclui-se que essas diferentes visões resultam em diferentes concepções acerca da contradição central do capitalismo.

Biografia do Autor

Arthur Porto Pereira da Silva, Universidade Federal do ABC (UFABC)

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Economia Política Mundial da Universidade Federal do ABC (UFABC).

Publicado
2022-10-29
Como Citar
Silva, A. P. P. da. (2022). Ignacio Rangel e Ruy Mauro Marini sobre o Departamento I de Bens de Capital. Princípios, 41(165), 57 - 75. https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2022.165.004