Semiproletarização generalizada na África

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2022.165.006

Palavras-chave:

África, Neocolonialismo, Semiproletarização, Reservas de trabalho, Campesinato

Resumo

Este artigo fornece uma visão geral sobre a formação social contemporânea da África. O foco específico é a transformação do mundo do trabalho no período neoliberal, um assunto já amplamente discutido em pesquisas sobre o êxodo rural, as novas cadeias de valor e a informalização do trabalho. A questão que norteia este trabalho é se há uma mudança qualitiva na formação social africana no período neoliberal. A hipótese é que há uma tendência à convergência dos padrões de acumulação nas macrorregiões do continente e do crescimento de reservas de trabalho em todas essas regiões. Assim, argumenta-se que a questão do trabalho na África passou por uma transformação decisiva sob o neoliberalismo. Enquanto sob o domínio colonial a formação de reservas de mão de obra foi principalmente resultado de engenharia política, especialmente em regiões de assentamento europeu, hoje as reservas são impulsionadas pela operação espontânea do capitalismo monopolista, tornando-se coextensivas no continente. Essa transição no mundo do trabalho é o elemento mais básico da tendência à convergência. Configura-se hoje uma condição generalizada de semiproletarização, na medida em que o grosso da população é incapaz de satisfazer suas necessidades básicas, com relação salarial ou sem ela. Dados provenientes da OIT são utilizados para qualificar algumas dessas tendências, incluindo suas dimensões de gênero.

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Biografia do Autor

Paris Yeros, Universidade Federal do ABC (UFABC)

Professor adjunto da Universidade Federal do ABC (UFABC) e membro dos bacharelados em Ciências Econômicas e Ciências & Humanidades e da pós-graduação em Economia Política Mundial. É pesquisador afiliado do Instituto Africano Sam Moyo para Estudos Agrários (Zimbábue) e editor da revista Agrarian South: Journal of Political Economy (SAGE-Índia). Coordena a Agrarian South Network (ASN), rede tricontinental de pesquisa, e o Coletivo Novo Bandung, sedeado na UFABC. Sua pesquisa abrange temas em economia mundial e desenvolvimento, questão nacional, relações agrárias e de trabalho e África contemporânea. E-mail: paris.yeros@ufabc.edu.br

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Publicado

2022-10-29

Como Citar

Yeros, P. (2022). Semiproletarização generalizada na África. Princípios, 41(165), 97–125. https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2022.165.006