As rupturas incompletas no processo civilizatório brasileiro
Personagens, instituições e o papel da maçonaria na história do país
DOI:
https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2022.164.003Palavras-chave:
Brasil, Independência, Bicentenário, Projeto Nacional, CivilizaçãoResumo
O artigo apresenta uma visão da história do Brasil de longa duração a fim de compreender suas principais rupturas e avanços civilizacionais, completos e incompletos, entre a Independência, em 1822, e o bicentenário desta, em 2022. Analisa a ascensão e queda da influência da maçonaria na política nacional e como instituições públicas e personagens contribuíram nesse processo. A partir de 1500, teve início a formação do povo brasileiro e de um novo tipo de ocupação do que viria a ser o território do futuro país. A Independência, cuja articulação nuclear deu-se no âmbito da maçonaria na crise do sistema colonial, trouxe à tona temas sobre o modelo econômico e o regime político nos debates sobre um projeto de país realizados entre José Bonifácio e Gonçalves Ledo. No século XIX, essa foi a tônica das disputas que resultaram na abolição da escravidão, em 1888, e na proclamação da República, em 1889. O modelo primário- -exportador só viria a ser superado com a industrialização, a partir de 1930. No século XX, o Brasil viveu duas ditaduras, mas redemocratizou-se em 1985 e promulgou a “Constituição Cidadã” de 1988. Muitas dessas conquistas históricas retrocederam ou se encontram ameaçadas. O bicentenário está sendo pouco celebrado, e por isso é necessário fazer um balanço histórico para compreender o que é preciso ser retomado ou completado. O Brasil sonhado por José Bonifácio e Gonçalves Ledo ainda é um projeto viável, mas o país precisa retomar seu sentido histórico e civilizacional.