A Revanche do Leviatã
Estados rebeldes como desafio à ideia única
DOI:
https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2021.162.011Palavras-chave:
Estados Rebeldes, Macrofilosofia, Topologia da Violência, PoderResumo
A partir da categoria de Estados rebeldes, que já foi utilizada ao longo dos últimos 50 anos para caracterizar Estados como Cuba, Irã, Iraque, Líbia e Coreia do Norte, e, recentemente, reciclada para se referir à maior ameaça contemporânea ao império estadunidense, a China, buscamos neste trabalho apresentar um chamado à sublevação anti-imperialista na forma de uma rebeldia institucional e de pensamento contra as imposições da ideia única. Pretendemos alcançar esse objetivo por meio da macrofilosofía e, mais especificamente, de reflexões sobre a obra Topologia da violência, do filósofo sul-coreano, mas de cosmovisão alemã, Byung-Chul Han, que propõeuma profunda interpretação sobre as novas formas de violência da contemporaneidade. De fato, buscamos justamente instar o sentimento da urgência de se retomarem em mãos próprias os destinos do Estado de Direito, e do nosso Estado brasileiro, em particular. Isto é, de se repolitizarem todas as instâncias que o domínio imperial sub-repticiamente vem despolitizando e desideologizando. Para tal imensa e instigante tarefa, procuramos retomar um termo do próprio império, que pejorativamente denuncia aqueles poucos Estados no mundo que ainda ousam se colocar contra o seu domínio absoluto: Estados rebeldes. Ressignificada, a rebeldia estatal se coloca como desafio de criatividade para a reconfiguração dos diversos momentos do Espírito Objetivo que a sanha imperial pela ocultação da violência envolvida nos mecanismos de seu próprio domínio acabou por estilhaçar.